Não percebo estes zunzuns com os Oscares. Todos os anos a mesma coisa. Quando os prémios vão para actores negros (perdão, afro-americanos) os críticos vêm logo dizer que se estava mesmo à espera, que no momento em que se vive há que agradar às minorias e isto é o politicamente correcto. Quando os prémios vão para filmes de causas, os críticos dizem que se estava mesmo à espera, que depois do 11 de Setembro e blá blá blá e é o politicamente correcto. Quando os prémios vão para filmes históricos, os críticos dizem que se estava mesmo à espera, que o ocidente está a ajustar contas com o seu passado e é o politicamente correcto. Quando os prémios vão para filmes de fantasia ou ficção científica ou assim, os críticos dizem que se estava mesmo à espera que a sociedade quer é alienação e estes prémios são politicamente correctos. Quando os prémios vão para os consagrados, os críticos dizem que já não eram sem tempo e estava-se mesmo à espera. Quando os prémios vão para os novos os críticos dizem que isto é Hollywood a piscar o olho à vanguarda e estava-se mesmo à espera. Então, qual é o espanto dos prémios deste ano? Hello!, isto são os Oscares, amigos críticos. É Hollywood. É politicamente correcto. E, salvo raras excepções (acontecem, de vez em quando), os Oscares são assim. Previsíveis. De acordo com a agenda do momento. Por isso, poupem-me ao discurso moralista. Sim, já sabemos, os Oscares são uma porcaria, não valem nada, é só vestidos e fofocas e o dinheiro dos anúncios, é o sistema a premiar o sistema mas, até ver, é o melhorzinho que temos. Alienção por alienação, ao menos que seja com estilo. E já agora com o Hugh Jackman a dar um pezinho de dança.
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