Feel-good
A minha história do cinema está cheia de filmes assim. Não são obras primas. Não são revolucionários. Não são o melhor filme do ano. Não levam cinco estrelas. Não vão mudar o mundo nem o cinema nem sequer me vão mudar a mim. E no entanto um filmezinho pode preencher-me a alma. Slumdog Millionaire é bom porque me fez rir e chorar, porque me fez gostar do herói e sofrer por ele, porque me fez desejar que eles fiquem juntos e acreditar que os contos de fadas podem mesmo acontecer a qualquer um. Porque tem uns miúdos reguilas a quem apetece apertar as bochechas mesmo quando eles só fazem traquinices. Porque nos mostra a Índia que não vem nos guias turísticos (e também a que vem) sem ceder a um olhar paternalista. Porque está bem feito, e se não fossem as semelhanças com a Cidade de Deus até poderia dizer que está muuuito bem feito. Porque me fez dançar na cadeira. Porque quero vê-lo outra vez. Os críticos chamam-lhe feel-good movie. Ora era mesmo disto que andava a precisar.
Labels: cinema
3 Comments:
Que bom. Hoje estava mesmo a precisar de me sentir assim.
Beijinhos
Senti exactamente o mesmo. Aliás, este mês de Fevereiro está a ser muito generoso para a minha sensibiidade cinéfila. Também Vicky Cristina Barcelona e Revolutionary Road me fizeram sair das salas de cinema com um sentimento que há muito não sentia: a vontade de votar depressa.
Concordo: não sendo um filme que nos muda a vida, é um extraordinário filme de entertenimento e muitíssimo original. E também me lembrou, mais do que uma vez, a Cidade de Deus. Mas nesse não há fantasia nem "feel good", é a verdade nua e crua.
Este ano há bons filmes, temos sorte.
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