Meu querido mês de Setembro
Hoje comi um malacueco.
(não se assustem, não é nenhuma indecência, malacueco é apenas uma outra forma de dizer uma fartura)
Um malacueco. Há anos que não ouvia esta palavra. Só por isso já valeu a pena ter vindo à feira da minha terra. Por isso e pelo torrão de alicante com que ainda vou partir algum dente. Pelo algodão doce nojento que nem o puto conseguiu comer. Pelas pantufas de pele. Pelo mealheiro de barro. Pelo cheiro a polvo assado. Pelo tilintar dos carrinhos de choque. Pela barraca da quermesse da santa casa da misericórdia. Pela música pimba que se ouve ao longe quando me vou deitar. Só faltou o carrossel da selva gigante para que me sentisse outra vez com doze anos. Mais uma viagem, mais uma corrida e nós com aqueles cartões ranhosos amachucados nas mãos, agarrando-nos com todas as forças à taça que rodopiava sem parar. Eram tantas as corridas que às vezes chegava a casa com tonturas, fechava os olhos e continuava a ver luzes coloridas e a cabeça a rodar, a rodar.
(não se assustem, não é nenhuma indecência, malacueco é apenas uma outra forma de dizer uma fartura)
Um malacueco. Há anos que não ouvia esta palavra. Só por isso já valeu a pena ter vindo à feira da minha terra. Por isso e pelo torrão de alicante com que ainda vou partir algum dente. Pelo algodão doce nojento que nem o puto conseguiu comer. Pelas pantufas de pele. Pelo mealheiro de barro. Pelo cheiro a polvo assado. Pelo tilintar dos carrinhos de choque. Pela barraca da quermesse da santa casa da misericórdia. Pela música pimba que se ouve ao longe quando me vou deitar. Só faltou o carrossel da selva gigante para que me sentisse outra vez com doze anos. Mais uma viagem, mais uma corrida e nós com aqueles cartões ranhosos amachucados nas mãos, agarrando-nos com todas as forças à taça que rodopiava sem parar. Eram tantas as corridas que às vezes chegava a casa com tonturas, fechava os olhos e continuava a ver luzes coloridas e a cabeça a rodar, a rodar.
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