Beato
Eu prefiro não acreditar a acreditar que há um deus, uma senhora, uns santos ou outra entidade qualquer que se marimba nas desgraças do mundo, que se está nas tintas para as guerras, para os tsunamis, para as crianças com fome, para os refugiados e para a faixa de gaza, que não mexe um dedo para tratar destes flagelos mas que, em troca de umas orações, de umas promessas, de umas velas acesas, de umas caminhadas ou de uns joelhos esfolados no chão de fátima, não se importa de perder o seu tempo a curar dores nas costas e a arranjar empregos para as pessoas deste país triste. É que não consigo sequer perceber como é que alguém há de querer acreditar num deus assim. Um deus, uma senhora, uns santos ou outra entidade qualquer que faz com que corra tudo bem na nossa vidinha, que cuida para que um neto nasça perfeitinho, para que se resolva aquela dívida, para que o negócio avance, para que a doença tenha uma cura, para que o casamento não acabe. Que gasta os seus milagres com as nossas desgraçazinhas apenas porque rezamos o terço e vamos uns quilómetros a pé. Não tem mais nada que fazer este santo? Eu cá prefiro acreditar que se existe um deus ele há de ser melhor do que isso. O meu deus não faz milagres, e ainda bem.
Labels: religião
12 Comments:
:)
(gostei tanto!)
Adorei :p
Olá. Como sempre gostei muito do post, mas....desta vez venho dizer que..... a fé não se entende, ou se tem, ou não se tem! Não pode, ter porque quer ou não ter porque não se quer ou não apetece mais ter!
Mas ter fé NADA tem a ver com promessas, terços e afins!
bjs
Tem tudo a ver com o que eu penso. Mas concordo com a opinião do Anónimo: A fé é um "dom", é inexplicável e move multidões. Eu também tenho fé, mas é nas pessoas.
reduzir a grandeza de Deus a esse tipo de negociatas é no mínimo redutor. Deus tem mais que fazer que andar a compôr todos os estragos que nós inventámos no Mundo que ele criou, que até era perfeito. Vivemos com a consequência de tudo o que fazemos.
mais: o meu Deus faz milagres mas não precisa de joelhos esfolados, intermediários, nem esforços similares. faz os milagres que ele quer e bem entende, no seu direito.
Eu subscrevo a Ana Rute.
Ter fé é um 'dom'.
Mas:
Estimar os outros nas suas diferenças!
Não rejeitar crianças, porque não são 'bem educadas' segundo os nossos principios!
Olhar nos olhos!
Perceber o olhar desesperado de quem nos quer chegar e nós rejeitamos o afecto!
....pede-se a todo o ser humano para que Deus possa fazer o seu trabalho de bondade sem fim!
"acreditar que há um deus, uma senhora, uns santos ou outra entidade qualquer que se marimba nas desgraças do mundo, que se está nas tintas para as guerras, para os tsunamis, para as crianças com fome, para os refugiados e para a faixa de gaza, que não mexe um dedo para tratar destes flagelos"...
Ora bem, aqui está o erro de muitos "opinanços" na área da religião (sobretudo católica). Esse Deus não existe, pelo menos para os católicos. Deus criou-nos livres e por isso deixa-nos a liberdade de sermos nós mesmos a solucionar o problema dos refugiados e da fome...afinal de contas não fomos nós que os criamos? Sendo mãe, a autora deste blogue percebe talvez melhor do que eu (que não o sou) o grande exercício de amor que é (ante)ver os erros dos filhos mas mesmo assim deixar que os mesmos aconteçam para que cresçam e aprendam.
É isso, tal qual.
(adorei).
Ao anonimo das 5:37 PM....
Muito bem!
Estou a aplaudir!
Amar sem ser amado e sorrir se nos amam!
E o que se faz em nome desse (ou doutro qualquer) deus.
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