Teme-se o pior
3.715. Nunca mais esqueci este número. Não sei quanto mede o meu filho ou quanto pesa agora. Não me lembro quantos meses tinha quanto lhe nasceu o primeiro dente nem com que idade começou a comer sopa. Não fixei o dia em que começou a andar nem sei exactamente quais terão sido as suas primeiras palavras. Mas nunca mais esqueci este número: ele tinha exactamente 3.715 quilos quando nasceu. Nem menos um grama. Nem mais um grama. Eram 3715 gramas de gente que me doeram como toneladas e me deixaram em cicatrizante sofrimento durante um mês (poupo-vos aos pormenores).
"3.715? Ah, então já sabe o que a espera", comentou, a sorrir, o médico durante a ecografia na passada terça-feira, enquanto media os ossos do meu bebé e me apontava ali é a cara, está a ver?, e ali a boca, e eu a semi-cerrar os olhos, a tentar ver, só me lembrava daquelas imagens a três dimensões ou lá o que é em que se tem de olhar fixamente para ver maravilhas e eu nunca consegui ver nada para além das manchas coloridas, pois o meu bebé ali no ecrã a preto e branco da ecografia também é uma mancha, ali o coração e depois o braços, vê? Parece que sim, que vejo, e reparo também que naqueles quinze minutos em que estive de barriga à mostra o médico disse três vezes (três) que o meu bebé vai ser grande, para eu estar preparada, porque a dois meses do parto o bicho já pesa 2.100 quilos e está no percentil 75/90 (para os menos habituados à linguagem de mãe explique-se que a escala de crescimento vai do 0 aos 100 e que o normal, a média, é o percentil 50), pois, vai ser grande, vai, ah, mas se o outro tinha 3.715, então já sabe como é. Pois já. Sei, sim senhor. E pela primeira vez nestes meses todos comecei a questionar-me se esta coisa de ter outro filho terá sido uma grande ideia...
"3.715? Ah, então já sabe o que a espera", comentou, a sorrir, o médico durante a ecografia na passada terça-feira, enquanto media os ossos do meu bebé e me apontava ali é a cara, está a ver?, e ali a boca, e eu a semi-cerrar os olhos, a tentar ver, só me lembrava daquelas imagens a três dimensões ou lá o que é em que se tem de olhar fixamente para ver maravilhas e eu nunca consegui ver nada para além das manchas coloridas, pois o meu bebé ali no ecrã a preto e branco da ecografia também é uma mancha, ali o coração e depois o braços, vê? Parece que sim, que vejo, e reparo também que naqueles quinze minutos em que estive de barriga à mostra o médico disse três vezes (três) que o meu bebé vai ser grande, para eu estar preparada, porque a dois meses do parto o bicho já pesa 2.100 quilos e está no percentil 75/90 (para os menos habituados à linguagem de mãe explique-se que a escala de crescimento vai do 0 aos 100 e que o normal, a média, é o percentil 50), pois, vai ser grande, vai, ah, mas se o outro tinha 3.715, então já sabe como é. Pois já. Sei, sim senhor. E pela primeira vez nestes meses todos comecei a questionar-me se esta coisa de ter outro filho terá sido uma grande ideia...
5 Comments:
Cuidado, Gata, quando uma mãe se questiona se ter um "filho terá sido uma grande ideia", se calhar já vai a caminho de uma depressão pós-parto. Valha-a Deus se continuar por esse caminho.
Felicidades !
Maria Simples - Espinho.
Credo! Qual depressão pós-parto! Só mesmo quem não conheça a minha amiga Gata. Agora que mete medo ter tamanho bicho prestes a querer sair por tão estreita passagem... lá isso mete. Eu até me arrepio. E agradeço-te até hoje. Nunca te disse. Mas foram os teus relatos desgraçados sobre o pós-parto do primeiro que me curaram a tristeza da minha primeira cesariana. E me encaminharam com naturalidade - e até alívio - para a segunda. Obrigada, amiga. E boa sorte para a segunda dose. Vai correr melhor!!!!
vai ver que vai tudo correr bem! o sofrimento é momentaneo.. a felicidade é duradoura ;)
parabens pelo blog.
vai ver que vai tudo correr bem! o sofrimento é momentaneo.. a felicidade é duradoura ;)
parabens pelo blog.
vai ver que vai tudo correr bem! o sofrimento é momentaneo.. a felicidade é duradoura ;)
parabens pelo blog.
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