Encontros e despedidas
Apareci no funeral da avó Helena a empurrar um carrinho de bebé. Nem parei para pensar se essa seria a atitude correcta ou se alguém iria levar a mal tamanha ousadia. A coisa pareceu-me simples. Estávamos ali para dizer adeus. O meu filho tinha quatro meses, estava um lindo dia de sol e, não fossem os semblantes carregados da família, aquele seria um jardim como qualquer outro. Entre as pêsames, lá aparecia alguem a espreitar por entre as mantas, desejando felicidades e fazendo bilu-bilu. A avó haveria de gostar. Desde então, já lhes perdi a conta. Aos nascimentos e às mortes. Às lagrimas e às gargalhadas. E nos "vamos levando" como podemos. A vida é isto, não há volta a dar-lhe.
"É assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida"
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