Thursday, January 26, 2012

Strawberry fields forever

A minha discoteca (chamar-lhe discoteca já é uma piada) são duas prateleiras cheias de discos brasileiros. Não sei muito bem como começou isto, mas penso que as primeiras músicas brasileiras que ouvi, para além daquelas que passavam nas telenovelas, estavam nuns LPs do meu pai, com chico buarque, nara leão e outros assim. Na faculdade a isi deu-me um empurrão. E o resto veio pouco depois, com a ajuda do joão miguel que se sentava ao meu lado com os phones nos ouvidos e me falava de discos que eu tinha mesmo que comprar. Eu comprava. E da música à literatura ao cinema à dança ao teatro à arquitetura às artes todas - tenho vindo a explorar o brasil de todas as maneiras que posso, devagarzinho porque não o consigo fazer de outra forma, até porque tenho muito por onde ir e sinto que estou ainda no começo. Mas voltando às prateleiras dos discos, onde se acumulam caetano e gilberto, calcanhotto e marisa, paralamas e legião urbana, rita lee e lenine, daniela mercury e zeca pagodinho, tom zé e pedro luis, faraco e elis. Há de haver, lá pelo meio, umas coisas com outros sotaques. Sérgio Godinho, Cesária Évora, Mayra Andrade, José Mário Branco. Pouco mais. Ultimamente compro menos discos, mesmo que vá ouvindo e gostando de outras coisas - cantadas em português - já me custa mais largar vinte euros. Depois, na prateleira de cima, estão os discos do meu homem - quase tudo barulho que eu não ouço nem sei os nomes e umas quantas coisas que não me importo de ouvir de vez em quando como o ben harper, o jeff buckley, os red hot chilli peppers (ele compra ainda menos discos do que eu, mas ouve muito mais música do que eu, está já na fase digital enquanto eu fiquei na pré-história, mas adiante).
E depois há uma caixa. A minha caixa com a discografia dos Beatles. A paixão mais antiga. A única que ficou dos tempos em que ouvia só músicas de outros tempos, o elvis, os beach boys, os platters e outras coisas muito pirosas dos anos 50,60 e 70 (a minha rádio não era a M80, que não existia, era a rádio nostalgia mesmo). Desses todos guardo boas recordações e umas letras que ainda sei de cor. Dos beatles guardo muito mais. Eles são os maiores. Em todas as suas fases, com os cabelos curtos e compridos,com o fatinho completo do início da carreira e com os casacos de peles e chapéus enormes do final, do love me do ao i am the walrus (só para citar duas músicas tão diferentes). Agora que tenho passado as manhãs em casa, tenho estado a ouvir os meus beatles e ponho-me a pensar mais nisto da procura da felicidade e de como é preciso ter coragem para ser diferente, para fazer diferente do que os outros fazem, para perseguir o sonho e para acabar tudo quando deixa de fazer sentido. As coisas que uma pessoa pensa a ouvir o twist and shout. Mas isto sou eu claro, que mesmo não parecendo sou uma romântica.

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