No dia da criança
Se ouço outra pessoa a dizer que as pessoas hoje em dia não têm muitos filhos porque são egoístas, querem ter tudo, e os filhos são o último ítem da lista de electrodomésticos, juro que ainda faço mal a alguém. É que é exactamente o contrário. As pessoas (pelo menos as pessoas que eu conheço, gente sensata e da classe média) não têm muitos filhos porque se preocupam com eles e querem dar-lhes um mínimo de atenção e qualidade de vida. Querem que as pessoas tenham mais filhos, querem? Aqui vão três sugestões:
- creches. muitas. boas. e baratas. é que só se consegue uma vaga no ensino público quando as crianças têm cinco anos. por isso, durante cinco anos anos temos que gastar balúrdios em creches ou amas. balúrdios.
- escolas muita, muita boas. se eu tiver que optar entre ter dois filhos que frequentam uma escola privada que me dá garantias de qualidade e de segurança e ter quatro filhos que andam numa escola que nem dinheiro para o papel higiénico tem quanto mais para ter muitos auxiliares, fazer visitas de estudo e pagar a um professor de música a sério, acho que me vou ficar pelos dois. nada contra a escola pública, só que ainda esta semana li notícias sobre escolas que vão perder 30% do seu orçamento. assim não vamos lá.
- políticas empresariais amigas da família, que permitam aos funcionários ter horários flexíveis, trabalhar em part time ou trabalhar a partir de casa quando necessário. nós queremos estar com os nossos filhos! pelo contrário, o que eu vejo é que uma pessoa, mesmo que seja muito competente e trabalhe imenso, se se atreve a cumprir o seu horário de trabalho e sair às seis da tarde já é olhada de lado. o que é bom é ficar no escritório pelo serão adentro, esses sim serão promovidos.
Eu, por mim, garanto-vos, tinha mais um ou dois filhos, mas depois o que é lhes fazia? A sério, eu sei que estamos em campanha e nesta altura vale tudo mas, senhores sociólogos e psicólogos e afins, vamos lá tentar discutir estas questões sem demagogia, ok?
- creches. muitas. boas. e baratas. é que só se consegue uma vaga no ensino público quando as crianças têm cinco anos. por isso, durante cinco anos anos temos que gastar balúrdios em creches ou amas. balúrdios.
- escolas muita, muita boas. se eu tiver que optar entre ter dois filhos que frequentam uma escola privada que me dá garantias de qualidade e de segurança e ter quatro filhos que andam numa escola que nem dinheiro para o papel higiénico tem quanto mais para ter muitos auxiliares, fazer visitas de estudo e pagar a um professor de música a sério, acho que me vou ficar pelos dois. nada contra a escola pública, só que ainda esta semana li notícias sobre escolas que vão perder 30% do seu orçamento. assim não vamos lá.
- políticas empresariais amigas da família, que permitam aos funcionários ter horários flexíveis, trabalhar em part time ou trabalhar a partir de casa quando necessário. nós queremos estar com os nossos filhos! pelo contrário, o que eu vejo é que uma pessoa, mesmo que seja muito competente e trabalhe imenso, se se atreve a cumprir o seu horário de trabalho e sair às seis da tarde já é olhada de lado. o que é bom é ficar no escritório pelo serão adentro, esses sim serão promovidos.
Eu, por mim, garanto-vos, tinha mais um ou dois filhos, mas depois o que é lhes fazia? A sério, eu sei que estamos em campanha e nesta altura vale tudo mas, senhores sociólogos e psicólogos e afins, vamos lá tentar discutir estas questões sem demagogia, ok?
9 Comments:
Nao teria dito melhor.
Olá. Escrevi exactamente sobre isso há dias, no "revolucionar para flexibilizar". Estou como tu: de cada vez que os ouço com essa cantiga (são os mesmos que acham que a geração à rasca é uma cambada de meninos do papá que sempre tiveram tudo) também me apetece bater-lhes. bj
Eu, que pertenço aos ólogos, vertente psi, não podia concordar mais.
Concordo com quase tudo, mas há só uma questão: há escolas públicas óptimas e também há privadas que não valem nada... tudo depende de quem está à frente das escolas, dos professores e até mesmo dos pais. Há escolas públicas que têm associações de pais muito activas e que lutam pelo bem-estar dos seus filhos. Conheço umas quantas ;)
Nem mais, apoiado.
Nunca mas nunca pensei em só ter um filho, hoje infelizmente agradeço esse facto. Com muita pena minha só tenho uma filha, mas se tivesse mais neste momento estaria com sérios problemas monetários e não só.Concordo + uma vez consigo, o nosso país não promove a natalidade, não protege os pais,não se preocupa com as famílias, nada.Cada um que se vire...é pena.
Teresa.Almada
Visito regularmente o seu blogue e gosto muito. Escreve com interesse e sem exageros, como muitos outros que pelo mundo virtual proliferam. Só tenho pena que não tenha oportunidade de fazê-lo mais vezes.
Colocou o assunto dos filhos de forma muito correcta. É tudo isso... infelizmente.
Concordo vivamente. é que é tal e qual.
Não podia concordar mais. Nunca quis ter só uma filha, como tal, na 2ª tive gémeos. Desta feita tenho 3 filhas que são lindas, saudáveis e divertidas. Mas eu e o meu marido, tantas e tantas vezes olhamos para as decisões que temos que tomar e elas passaram a ser completamente diferentes pelo facto delas serem 3! Claro que hão-de ter tudo o que for possível, mas o possível passa a ser muito mais difícil. E esta semana e para ajudar eu fiquei em casa ao fim de 12 anos!!!
Não podia concordar mais com o seu post. Obrigada pela partilha.
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